segunda-feira, 30 de março de 2009



Certos dias, nas horas desses dias, a saudade é tão intensa que se torna quase impossível de suportar. Os dias correm então pesados, as horas lentas, mas o pensamento corre rápido para lugares e espaços inócuos e indestrinçáveis.
Faria quaquer coisa para poder estar contigo de novo, por um dia, umas horas, ou alguns minutos...
É certo que estás gravado indelével e profundamente no meu coração, mas falta-me o teu sorriso, a tua voz, o teu abraço e os teus sábios conselhos.
Gostava de dizer-te que tinhas razão em muito do que me disseste, que se te tivesse ouvido com a atenção que me merecias... Tudo seria provavelmente melhor, diferente.
Nesta semana em que celebro mais um ano de vida, queria poder escolher voltar atrás e não ter de viver com um lugar vazio na mesa de aniversário, na vida.
Sei que estás comigo sempre, e na maior parte dos dias e horas, isso basta-me, mas não hoje, hoje queria ter-te aqui de verdade...
Tenho medo de com o tempo perder a tua imagem, perder a memória da tua voz, perder-me de mim própria, por te ter perdido a ti.
Desenhado na areia do mar, o teu coração único, sobressai das cores do mundo.
TENHO SAUDADES DO TEU CORAÇÃO.

segunda-feira, 23 de março de 2009


Azul
Observo-te sempre, com o cair da lua,

Não te posso tocar, nem ver, mas sentir,

A lua reflecte a palavra, tua,

Na promessa de um sonho, vejo-te partir.




Com magia de fada,

Acendo o escuro para te ver brilhar,

Noite quente, de alma colada

Numa dança de amor, de amar e ficar.



No milagre que é o teu olhar,

Perco-me sempre para te encontrar,

No mar azul do teu corpo,

Apetece-me ser, apetece-me ancorar.

domingo, 22 de março de 2009



Há uma hora sem tempo
Um espaço vazio, um LUGAR
Em que os meus olhos te encontram
E moro no teu OLHAR
Nesse azul tão profundo
Onde apetece FICAR
O azul celeste dos teus olhos
Ou o azul intenso do MAR
Nesse momento sem tempo
Nesse silêncio PROFUNDO
Encontro em ti, o sentir
vida e sonho, o meu MUNDO


sábado, 21 de março de 2009

Não sei quando nem como



Não sei quando nem como
Entrou em mim o sonho
Veio de vagarinho, como
As nuvens da manhã
Foi criando castelos de
Pimenta e Hortelã

Não sei quando nem como
Entrou em mim a vida
Veio de mansinho
Sozinha e meio perdida
Foi criando castelos
De areia envelhecida

Não sei quando nem como
Entrou em mim a apaixão
Veio de rompante
Com o fogo a emoção
Foi criando castelos
Em chamas de ilusão...

sexta-feira, 20 de março de 2009




Demorei uma vida para escrever estas palavras, tempo demais, ... Mas só agora com a distância das horas e dos dias, com o vinco da saudade absoluta e interminável consigo fazê-lo.


Esta é uma carta de AMOR, amor profundo e único, indescritível! Disse-te muitas vezes "Gosto muito de ti", escrevi-o outras tantas, mas nunca te olhei nos olhos e gritei AMO-TE PAI, falo-ía agora se pudesse ...


De olhos fechados, posso sentir o teu abraço, relembro cada palavra que me disseste, és tudo de bom que faço e sou. Sei que onde quer que estejas estás orgulhoso de mim ... Embora achando que posso ser ainda melhor pessoa, que posso fazer mais, mas PAI atingir o teu patamar, não é fácil!


Quero dizer-te que a batalha desigual e injusta que travaste não foi em vão, o exemplo de coragem, força, esperança, altruÍsmo e heroísmo que me deixaste vão dar-me força para ultrapassar todos os obstáculos que se me apresentarem ao longo da vida!


Desde o dia em que partiste, o mundo ficou mais pobre, e o meu mundo um pouco mais silencioso e triste, mas a verdade é que basta-me fechar os olhos para te encontrar, vives dentro de mim e está um pouco por toda a parte, mas estás acima de tudo em cada gesto simpático que recebo, em cada pessoa fantástica que conheço, em cada raio de sol, em cada pedaço de céu azul, em todos os rios, riachos e nascentes cristalinas ... Estás no meu sorriso na minha paz e no meu coração.

A poesia nasce também no AZUL


Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida.


Meus olhos andam cegos de te ver!


Não és sequer razão do meu viver


Pois que tu és já toda a minha vida!...


E, olhos postos em ti, digo de rastros:


«Ah! Podem voar mundos, morrer astros,


Que tu és como Deus: Princípio e Fim!...»




Florbela Espanca